
Na minha estante está Eugênia, nossa ovelha vinda da viagem
pelo sul, vestida de mexicana; nela há também meu onibuzinho colombiano, meu
turbante libanês, uma baiana, lápis coloridos, um cordão de meditação, bonecas
russas presenteadas pela Lena, um busto de Afrodite guarda a sessão de literatura
geral. Fotos da França decoram a parede ao lado de um livro do Pequeno Príncipe.
Mafalda me faz companhia.
Do sofá vejo também meu novo barzinho com as minha melhores relíquias e nossa parede com os quadros
dos pezinhos (eu e minha irmã colecionamos fotos de nossos pés em lugares por
onde passamos); meu móbile de tsurus gira com o vento.
Ao escrever me dou conta que tudo o que me conforta neste
apartamento são as lembranças de viagens, de pessoas do mundo, da sensação de
liberdade dada pelos passarinhos girando no ar. Estranho perceber que, hoje, o
lugar que chamo de lar aponta para todos os lugares menos para ele mesmo. Quem sabe
seja mesmo hora de construir um novo lar, hora de me encontrar de novo. Este coração está de novo inquieto e pronto para novas aventuras.
Um comentário:
É minha irmã, eu sempre soube que você não era daqui. Nós não precisamos estar juntas, só precisamos de algumas paredes para poder pendurar nossas lembranças e lembrar que existe um lugarzinho em que a gente ainda vive junto.
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