terça-feira, 20 de maio de 2008

Um post às nossas mães

Inspirado em "Parem de falar mal da rotina"

Para comemorar o dia das Mães fomos assistir à peça de Elisa Lucinda "Parem de falar mal da rotina", na grande e boníssima companhia de Nádia e Lídia, em que ela traz ao palco cenas do cotidiano da sociedade contemporânea e que ilustram divinamente o dia-a-dia de todos nós:alguém escutando uma bolsa ou se batendo (à procura de que celular está tocando), uma mulher cárcere do telefone porque "ele disse que ia ligar" e não ligou, dentre tantas outras mais.
Rimos a peça inteira principalmente porque a platéia inteira se identifica com todas as cenas ilustradas. E novamente, me veio à idéia a solução proposta pela minha amiga Ju Bradolis que tudo se resolve com o "desapego".
Sabe o que disseram que é assim?Que é certo?Que tem que ser feito porque se não....hm...senão o que?! Exato...é o desapego. Senão nada...O grande problema das pessoas seriam seu cárceres imaginários e transformados em realidade fictícia que as faz reféns de uma "socidade" inexistente, refém de si mesmas. O que fazer? Desapego!
E é muito disso que Elisa Lucinda fala e ilustraria como na minha passagem preferida: o cabelo ruim.Desde quando cabelo tem índole?Cabelos são loiros, morenos, ruivos, encaracolados, lisos, etc etc etc. Porém nunca ouvi falar de cabelo benevolente ou criminoso. Isso porque um dia decidiram que o cabelo deve ser liso e que todo e qualquer cacho deve ser destruído a qualquer custo: mulheres se escondem da chuva, vão ao cabelereiro escondido, acordam às 5h da manhã para fazer escova, são reféns de uma escova de cabelo.
Porque?Porque se apegaram ao fato de que um dia, alguém, quem sabe, disse que cabelos devem ser lisos.
E com isso ela faz desmoronar dezenas de crenças que nos fazem cárceres de nossos dia-a-dia e principalmente, que nos fazem culpar aos outros por existirem. E uma grande culpada inocentemente: a rotina.
Quantas vezes não foi cusada a dita cuja de destruir casamentos, acabar com namoros,arruinar vidas. E no entanto, como ela mesmo diz, quem faz nossa rotina...somos nós!

E acho que foi aí que eu mais me identifiquei, no mento atual da minha vida, e liguei à "teoria" do "desapego". As pessoas deveriam reclamar menos e fazer mais.
Foi um prazer ver uma artista utilizar-se de seu trabalho para consicentizar as pessoas de seu ponto de vista, de tentar fazer com que as pessoas saissem dali e tivessem vontade de por a mão na massa.

E bom, até agora não falei das mães presentes no espetáculo, mas é para elas este post.
Vi na Elisa muito de nossas (minha e da Ju e da Nádia) mães e de suas vontades em mudar o mundo e, principalmente, de saber que o modo com que ele mudará...também muda.

Por mulheres fortes como vocês, Sandra e Lídia, que aprendemos a ir atrás, a levantar da cadeira e tentar fazer a reclamar e esperar que façam.
Mulheres que foram à luta (algumas vezes literalmente) pelos seus direitos, que defenderam as crias de toda e qualquer ameaça (inclusive quando eu e Nádia nos deliciávamos com areia..rs), que nos fizeram dar nossos passos sozinhas e são responsáveis em grande parte do que somos hoje. Espero fazer a minha parte e chegar a ser um tantinho do que vocês são.
"Sei que não dá para mudar o começo Mas, se a gente quiser, Vai dar para mudar o final!"(Elisa Lucinda, Só de sacanagem)