terça-feira, 16 de junho de 2009

O cafa, o boboca e o tonto

Inspirada por uma “night” (como dizem os cariocas) no Rio com duas das minhas grandes amigas, resolvi divagar sobre três esteriótipos de homens solteiros.

Comecemos em ordem cronológica de acontecimentos: o tonto.
O “tonto” é aquele cara que está na balada, solteiríssimo e à caça. Até aí, muitos se encaixam na característica. Porém o “tonto” é do estilo que atira para todos os lados e certa hora se perde na tática e acaba ficando sem nada. Explico-me. O cara chegou, passou a mão na minha e parou para falar com a minha amiga. Como não era nada interessante fisicamente nem tinha ligado.E ela simpática que é e como adora falar com todo mundo, ficou lá de “bla bla bla”. Um tempo depois ela contou que tinha namorado. Qual não foi a estrategia do tonto? “E a sua amiga aí [eu]. Tá solteira?” e se vira e lança em mim aquele olhar de “hmm..interessante” de cima abaixo. Eu como não gosto de ser antipática respondi de boa às perguntas “ e aí guria”, “que que tu faz”, etc etc até que a conversa começou a tomar rumos para investidas mais agressivas até que ele pegou na minha mão. E nessas horas como eu sou menos simpática que a minha amiga aí de cima não consegui, dei aquela invertida e falei algo do estilo “querido, ou você aposta em uma ou vai embora..não dá pra chegar na minha amiga e depois mudar de idéia” e o palhaço ainda tem a cara de pau de dizer “Tá bom, então você não quer nem tentar começar do zero é isso?”. Faça-me o favor, ainda se fosse um zeuz grego. E saiu com cara de reclamão. Errou.

Já o “boboca” é o amigo do “cafa”. É aquele cara que é mais tímido que o “cafa” e por isso acaba chegando depois na roda, na onda do primeiro. Não fala nada demais nem de menos. É geralmente menos favorecido em termos assunto. Existem mulheres que gostam, afinal ele é boboca e até pode ser engraçadinho (principalmente se for bonitinho) e existem as que são apenas simpáticas, afinal o “cafa” tá ali insitindo nas amigas, as outras acabam interagindo. Esse geralmente pega os comentários do cafa mas como não é cafa eles não têm o mesmo efeito. E dependendo da amiga, às vezes rende um beijinho.

O “cafa”, o ator principal da night. Ele veio com os mesmo interesses que os outros solteiros, a pegação, a diferença é que ele pensa antes. O cara chega elogiando mas ao mesmo tempo dizendo que não quer nada demais, só conhecer as “paulixtax” (novamente no sotaque carioca!) da balada. Já chega elogiando as três para não ter erro. E para não parecer canalha faz aquela cara de quem não vale nada e diz que não tá ali pra pegação. E mulher, vaidosa que é, adora elogio. Mas a graça dos elogios é contar pras amigas, então ele já vai e fala isso na frente de todas mesmo. Uma era pra casar, a outra um “expetáculo” e a terceira era a mulher que mexera com ele e que nem sabia explicar. Quem sorrisse primeiro ganha a investida. No nosso caso, “cafa” que somos demos apenas aquele sorriso simpático de “hmm..conta mais” e como o cara era divertido, ficamos lá de “bla bla bla”. O cara falava de tudo, desde as diferenças bairristas entre Rio e São Paulo até a diversidade das belezas da mulher brasileira!Mais um pouco achei que ele tocaria no assunto da Palestina. Enfim, ganhou a atenção das três. Mais um rolé na balada e encontramos ele de novo e ele resolveu concretizar a estratégia: “Não adianta. Vocês três são demais mas eu não sei o que eu faço”. Acho que se fosse em outras épocas de solteirisse teríamos sido “piriguetes”, como isso passou rebatemos com o “Ah..homem tem que tomar decisões né, arrisca aí”, sabendo principalmente que em termos de solteirisse ele teria 1 chance em 3 de errar, pois uma das amigas tinha namorado, logo, estava mais divertido o jogo. E no final, ele errou! E isso que tinha dito que eu era do tipo de mulher que deixava um cara louco e depois dava um pé na bunda porque diria “eu cansei!”. É, o cafa era bom, mas apostou errado.

De qualquer jeito independente do resultado o cara tinha uma boa estratégia. Claro que existem mulheres e mulheres, e tem muitas que gostam que o cara fique só no pé dela e insita a noite inteira. Mas em geral, os elogios desinteressados, um papo legal e uma decisão bem tomada costumam dar certo. Existe sempre o risco de não dar certo (afinal nem toda decisão é a boa) mas no mundo dos solteiros...se o cara for gente boa e valer um lero-lero, vai saber o que não pode acontecer.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Divagando...

Nos meus passeios pelos blgos (Milena apud Nádia) li umas coisas há um tempo com os quais me identifiquei bastante; coincidentemente recebi também na mesma época, da Carol, uma entrevista com o psiquiatra Roberto Shinyashiki...e só hoje resolvi terminar o texto.

A tao citada “crise” de seja lá o que for.

Em sua entravista o psiquiatra diz basicamente que falta inteligência ao país para reconhecer que as competências de uma pessoa não dependem apenas do “marketing pessoal”, de saber “se vender”, basicamente, de saber convencer os outros de que você é bom. Você tem que realmente o ser, seja no que for: no mundo dos negócios, para limpar o canto do armário, para cuidar de pacientes.
O cara comenta bastante a crise em que vivem os jovens - adultos de hoje que são “treinados” desde pequenos que para “dar certo na vida” é preciso ser diretor, falar três línguas ao menos, ter conhecido a Europa e mais um ou dois continentes, senão...a pessoa não foi um “sucesso”.
E aí, eu liguei os posts, a entrevista e a matéria sobre a “Quarterlife Crisis” que fala sobre a crise em que vivem os 25ários de hoje que chegam a essa idade e comparados à geração anterior, que a essa altura já estava casando, planejando os filhos e juntando dinheiro para comprar a casa própria, se sentem um tanto perdidos, sem muito saber o que fazer para "dar certo”. E então eu fiquei pensando “nossa, sou eu, eu estou em crise...” afinal tenho mil coisas em mente e às vezes vem aquele sentimento de que não dará tempo para tudo; e me vi também na entrevista afinal..sim, eu quero ser diretora, falar quatro línguas, viajar o mundo se possível e quem sabe ainda sair na capa da EXAME (RS).
Mas logo depois eu me perguntei “Mas por que nós temos que dar uma resposta pra tudo?”. E foi aí que eu percebi que eu não acho que a nossa geração seja uma geração em crise, problemática, descontente. Ou melhor, ela é...com os problemas diferentes das gerações passadas e passadas afinal, é natural do ser humano não estar plenamente satisfeito.
Já diziam meus professores de RH que a motivação é um barquinho a vela que se move pelas necessidades em satisfazer um desejo, uma necessidade e que isso muda dependendo do momento em que a pessoa se encontra.
Eu imagino o quanto não era problemático se casar com uma pessoa com quem você não tem se quer afinidade em conversar, quanto não devia ser difícil para os homens ter a responsabilidade de sustentar toda a família e dois cachorros, enfim...o que que quero dizer é que cada geração tem suas crises, seus problemas, suas insatisfações. As nossas são essas....precisamos checar o e-mail todos os dias, queríamos escrever um livro, ver peças de teatro, ser diretores, viajar para Cuba, conhecer a Europa e se possível tudo antes dos 30 para pensarmos depois em como encontrar um marido (ou esposa) e em quantos filhos queremos ter e em que escola bilíngüe irá estudar. E bem..é, vivemos em trade-off como esses quando em tempos atrás as mulheres viviam as crises de como explicar ao marido que elas gostariam de trabalhar fora.
Acho muito interessante todas essas discussões mas confesso que quando vi a resposta do mini-teste “Você está na Quarterlife Crisis?” (sim, eu fiz) que dizia que caso você estivesse próximo à crise, fosse procurar ajuda, eu percebi que nós estamos buscando curas para as nossas crises mas....não vejo tanto problema em termos dúvidas, conflitos internos, necessidades...sempre foi assim...e sempre será, cada geração com a sua.

Já me basta ouvir todos os dias sobre a crise sócio-economico-blablabla-financeira.