terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Me and Amy

Adoro ir a shows e sinto que vou em muito poucos para alguém que mora em São Paulo, onde tudo acontece. Neste sábado fui ao Summer Soul Festival cuja atração principal era a “non” lady londrina Amy Winehouse. Comprei os ingressos por causa dela mas depois vi que valeu muito a pena ter ido porque toda a programação era boa: desde sua cover Miranda Kassin que eu conheci no Comitê (agora fechado) e adorei até a linda e maluca da Janelle que arrepiou todo o público com aquele vozeirão impecável e as performances contagiantes.
O show de Amy foi, porém, diferente e tenho dificuldade em responder quando as pessoas me perguntam se o show foi bom. Não foi bom nem ruim, foi o show da Amy. Esse show foi diferente não só porque era ela, porque a voz dela é incrível e todas razões pela qual ela foi a atração principal mas porque eu realmente senti que o público todo estava conectado com ela, seja pela espera de alguma trapalhada seja, o que era o meu caso, por uma vontade de que ela conseguisse, de que ela “desse conta”.
O mundo artístico é encantador mas destrutivo caso a pessoa não tenha estrutura e creio que é o que aconteceu com Amy e aliás com muitos outros que já passaram por aqui.
Uma voz estrondosa para uma menina frágil.
O que a maioria dos comentários da impressa chamou de timidez eu chamaria de tristeza nos olhos da inglesa de 27 anos que parece não saber bem onde fica o chão, onde fica o céu.
O olhar vago no horizonte parecia não saber para onde olhar, parecia não refletir a felicidade do público de 30 mil pessoas que entoava com ela suas melodias autobiográficas (que para mim refletem também muito do que todos nós sentimos), melancólicas, profundas. O sorriso não parecia tímido, parecia não existir a não ser nos poucos momentos em que interagia com sua banda que aliás é, para mim, a verdadeira base do show, quiças de sua vida.
Artistas têm uma sensibilidade que vai além dos nossos cinco sentidos e o prazer que sentem ao exercer sua arte é o que lhes faz seguir apesar dos obstáculos. Sinto que para Amy esses obstáculos já superam a emoção advinda da arte, da música; muito pelas drogas, que provavelmente deixaram seqüelas irreparáveis mas que foram certamente fruto de uma juventude desestruturada.
Pena, é o sentimento que tinha ao ver aquele rosto jovem refletindo anos de juventude perdidos.
Acho que todos nós temos um pouco de Amy, da rebeldia, do medo, da vontade de fugir da realidade, do coração partido em mil pedaços, da vontade de recomeçar, da dificuldade em refazer. Nossa geração carece de Amy's, carece de anti-heróis, carece de personagens que reflitam nossas angústicas, nosso desejo de extravasar, carece de artistas que nos façam cantar a tristeza ao invés de guardá-la dentro de nós.
Creio que é por isso que queremos que ela consiga, porque queremos que nós consigamos, queremos “dar conta” da vida.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Recomeçando

Pobre blog, já ouviu tantas bobagens minhas aqui para eu largá-lo assim às traças por um bom tempo. Acho que depois que comecei a fazer terapia perdi a vontade de vir divagar por aqui afinal tinha um lugar pra fazer isso, duas vezes por semana ainda, não sobrava assunto.Mas isso durou só dois meses e de resto acho que foi falta de inspiração mesmo.
Pra voltar resolvi ser nada criativa e me "inspirar" (barra "copiar" mesmo...hihi) na
Nádia, que por sua vez se inspirou na Milena, e fazer um balanço divertido do ano que passou.

Meu lugar favorito de 2010 – minha nova casa, meu novo canto; agora posso me movimentar pela cozinha sem esbarrar na pia ou bater a cabeça no armário, olhar pra fora e não ver só cinza, sinto-me de novo em casa.

O melhor dia de 2010 – seria muito difícil escolher um só mas a formatura da Isa me rendeu as melhores gargalhadas do ano
Em 2010 eu pensei em fugir para o colo da minha mãe
Meu pior dia de 2010 – um dia em que me deixaram esperando, não reajo bem a rejeições
Em 2010, eu tentei e não consegui – começar a estudar espanhol, implementar o Projeto Verão com sucesso (mais falto do que vou nos treinos da academia, humpf!)
Meu melhor presente de 2010 – amar de novo
A melhor compra de 2010 – uma sandália de salto baixo que é uma graça e a mochila da decathlon que cabe na cabine da Ryanair e EasyJet
Meu filme preferido em 2010 – Tropa de Elite 2, clichê mas enfim...
Meu blog preferido em 2010 – continua sendo o da Ná
Meu vídeo do YouTube em 2010
Tulla Luana e sua revolta contra o jogo "Colheita Feliz".Sério, cada vez que revejo fico boquiaberta novamente
Meu livro favorito – vergonha de mim, não li um livro sequer em 2010 a não ser meus quadrinhos da Mafalda
Meu parceiro/a de 2010 – a Julis, nas minhas férias européias
Meu show preferido de 2010 – o único, Coldplay; me prometi que em 2011 irei a mais shows mas já me dei mal no do U2
Em 2010 eu consegui...tirar 30 e ininterruptos dias de férias.YES!
Em 2010 tive inveja de...Mark Zuckerberg
Em 2010 eu quase...joguei o emprego pro alto
Em 2010 eu descobri que amigos continuam sendo a razão da minha felicidade
Em 2010 eu quis matar...nossa, tanta gente, melhor não criar suspeitas
E o troféu me mata de orgulho de 2010 vai para...Nádia, por ter tido a audácia de virar a mesa e Everaldo por ser meu amigo diplomata
Momento surpreendente em 2010 - o tempo dos casamentos chegou; espero que o dos batizados demore um pouco mais
Meu momento "Eu sou Ryka" em 2010 foi...ter ido cantar com Ivete, Bel e Durval do carnaval de Salvador,
Meu momento "Heleninha Roitman" em 2010 não lembro, deve ter sido a vodka

O problema de 2010 foi...eu ter me programado demais e feito de menos
O bom de 2010 foi...começar o ano na praia, ter sido promovida, ter viajado à França pelo trabalho, minha viagem à Croácia, ter encontrado as Caldas em Berlin, ter feito as pazes com a vida, ter dito "Eu te amo" de novo, perceber que eu posso chorar sem perder as bases, começar a fazer yoga, ter ido na D-Edge e sair às 8h da manhã, continuar encontrando meus amigos da faculdade, bater o recorde de 20 pessoas na jacuzzi do Hugo, a Lena e a Carol terem encontrado empregos novos e estarem felizes, a formatura da Isadorim, as risadas com a Gabi, o Everaldo ter passado no Rio Branco, a Julis ter encontrado estágio com tickets, a formatura da Gabi, as ostras de Cananéia, os churros com chocolate de Madrid, o carnaval dos sonhos e mais muitos momentos com os quais eu passaria horas relembrando.
Até 2011.