quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

New Life Love York

Vida nova
Blog novo

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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Mom is not getting older...she is getting better

(aos 50 e algo com sua camiseta  de bixete da faculdade, isso sim é sucesso)

Já falei sobre meus pais um dia mas hoje vim falar em especial dela, minha mãe, Sandramara 'tudo junto'.

Hoje é o dia dela, seu aniversário de 61 aninhos e provavelmente ela deve estar adorando ficar mais velha. Ela sempre foi assim, quando fez 40 fez um festão, não fez crise; quando fez 50 disse que mal poderia esperar pelos 51 só para dizer quer era ‘uma boa ideia’. Agora passando os 60 continua comemorando com o mesmo entusiasmo, programando seu encontro com os amigos de faculdade. Mamãe é assim, aproveita cada ano o dia dela dizendo que envelhecer faz bem: traz sabedoria e cada ano ficamos melhores. 

Há 30 anos vejo minha mãe envelhecer como se cada ano fosse uma conquista, uma melhora, um ganho e não como muitos pensam, como o tempo que se esvai e nos deixa mais perto do fim.
Ela é brilhante, inteligente, risonha, otimista, guerreira e batalhadora. Mais que tudo ela é uma pessoa boa que gosta de fazer o bem; fez medicina porque queria melhorar a vida das pessoas, se mudou para o Vale do Ribeira (para os que não conhecem, o lugar onde crescemos e que é a região mais pobre do Estado de São Paulo) para salvar o povo dos males da pobreza; sempre quis fazer parte dos “Doutores da Alegria” e dizia que usaria um brinco de coador de café. Mas para mim não são só suas qualidades que a fazem merecer meu maior encanto (demonstrar suas qualidade poderia parecer ‘palavras de filho’) e sim a sua vontade e a sua destreza de querer sempre ser uma pessoa melhor.

É uma mulher de defeitos, eu mesma já reclamei muitas vezes; já fez trapalhadas na vida, fumou um monte, deixou de cuidar da saúde, trabalhou demais, passou pouco tempo em casa, se afastou dos amigos, deu seus tropeços  como todo ser humano. Porém há desde que me entendo por gente a vejo mudar, se re-inventar, tropeçar, levantar e ir em frente. Já passamos poucas e boas e ela sempre esteve lá tentando e lutando para que déssemos certo, para que a vida fosse feliz para mim, minha irmã, meus avós (pais dela e do meu pai e do meu padrasto e todo mundo!), os vizinhos, a família e todos que cruzem seu caminho.
É isso que faz mamãe ser tão encantadora ao meu ver: um dia ela decidiu que seria feliz e cá está determinada a cumprir a sua meta na vida. Nunca a ouvi reclamar que a vida é injusta, infeliz mesmo que já tenha visto-a bastante entristecida, chorar, sofrer.

Hoje, no dia dela, provavelmente não irá se esbaldar porque a vida anda cansativa por lá: cuidar de dois velhinhos e um irmão, todos super dependentes e ainda se virar nos trabalhos porque ainda não se aposentou não tem deixado muito tempo para esbanjos. Mas sei que ela irá ter algo bom para jantar, tomará sua cervejinha gelada e vai estar lá apreciando o seu dia como ela faz todos os anos.
Porque mamãe não está mais velha, está melhor.

Dessa filha orgulhosa e saudosista que mal pode esperar para chegar em casa.
ps> este post foi escrito em 5 de fevereiro, o dia dela :-)

sábado, 25 de janeiro de 2014

Ao amor da minha vida



E pensar que no início te odiei. Não quando te conheci, no começo, quando era só uma paquera, um caso..pelo contrário, achava muito divertido passar os fins de semanas e depois ir embora, voltar para a vida normal. Porém quando fui levada a tornar a relação tão mais séria e definitiva, não gostei, não queria, mas era uma grande oportunidade, um mal a viver. Lembro-me ainda que no primeiro dia com você, em 2003, vi um homem lavar o rosto de manhã em numa poça de lama. Era você, mostrando sua cara logo de início, sem rodeios, sem disfarces, o “avesso do avesso” como já diriam por aí.
Ao menos você sempre foi assim, sincera, honesta, nunca fez falsa propaganda de lindas paisagens, céu azul, gente bonita e bem disposta. Acho que hoje, é por isso que eu te amo tanto, porque você sempre se mostrou de verdade, a nós de decidir se gostamos ou não. 

Demorou um bom tempo para a gente se entender. Eu precisava esquecer o passado e entrar nessa nova vida de peito aberto e coração, na época um tanto machucado, livre. Aos poucos fui te conhecendo melhor e descobrindo o seu lado mais humano, mais dinâmico, mais brilhante. Aos poucos os bares da Vila Madalena foram virando o recanto de quem busca esquecer o concreto, os arranha-céus e a fumaça que nos impede de ver as estrelas em certas noites. Ah o centro, esse lugar feio e lindo demais para se passar um domingo. A Avenida Paulista, onde tantas vezes fui para me encontrar de novo, me sentir anônima, me sentir parte do mundo; Augusta e meus cinemas e noites preferidos, pôr do sol na Praça e tantos outros lados seus que me restam ainda conhecer. Tá aí, umas das coisas que me fascina, você ainda tem tanto a descobrir. Gente de todo o tipo, de todos os lados que você acolheu desde sempre.
Dia após dia fui me apaixonando, pouco a pouco, quanto mais gente eu conhecia. Foi com você que conheci as melhores pessoas que a vida poderia ter colocado em meu caminho, meus amigos de faculdade, os amigos dos amigos, gente apaixonada em viver a vida como se não houvesse amanhã, gente apaixonada por conhecer o mundo, gente disposta e resolvida a dar certo.

Ninguém aí é nativo mas todos se encontram em algum canto da cidade. Você sempre acolheu a todos. Sotaques caipiras, baianos, gringos e todo tipo de gente. E acho que é essa diversidade incrível que te faz tão brasileira, reflexo do país que acolhe há tanto tempo gente de todo o lugar, que se mistura e dá vida a esse quebra-cabeça tão bonito e desconcertante ao mesmo tempo. Você é difícil de entender, exige tempo e dedicação. Mas o amor que sinto por você é tão gostoso que olhando para trás, hoje, todos os dias difíceis e de crises valeram a pena. Acho que era para fortalecer ainda mais esse amor, essa paixão

Hoje estamos longe, eu te larguei, é verdade, te deixei por outro alguém. Eu precisava respirar outros ares, conhecer gente nova, viver outras aventuras. Sempre souberam que eu era do mundo. Sinto saudades mas sei que um dia a gente se encontra de novo e você vai me receber assim, com um tapa na cara mostrando que nada do que eu acho é simples e fácil. Vai ter aqueles lugares feios, gente que nos faz repensar a vida, e tudo o que sempre é quando chegamos por aí. Mas aí eu sei que vamos sair para tomar uma cerveja no Genésio, ir comer coxinha no Veloso, rir a toa pela rua, passar uma noite daquelas..e sei que vai ser tudo lindo de novo. Enquanto isso, antes de a gente se ver de novo e mesmo longe...Parabéns São Paulo pelos 460.
Dessa paulistana nascida aqui e de coração.