sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Mom is not getting older...she is getting better

(aos 50 e algo com sua camiseta  de bixete da faculdade, isso sim é sucesso)

Já falei sobre meus pais um dia mas hoje vim falar em especial dela, minha mãe, Sandramara 'tudo junto'.

Hoje é o dia dela, seu aniversário de 61 aninhos e provavelmente ela deve estar adorando ficar mais velha. Ela sempre foi assim, quando fez 40 fez um festão, não fez crise; quando fez 50 disse que mal poderia esperar pelos 51 só para dizer quer era ‘uma boa ideia’. Agora passando os 60 continua comemorando com o mesmo entusiasmo, programando seu encontro com os amigos de faculdade. Mamãe é assim, aproveita cada ano o dia dela dizendo que envelhecer faz bem: traz sabedoria e cada ano ficamos melhores. 

Há 30 anos vejo minha mãe envelhecer como se cada ano fosse uma conquista, uma melhora, um ganho e não como muitos pensam, como o tempo que se esvai e nos deixa mais perto do fim.
Ela é brilhante, inteligente, risonha, otimista, guerreira e batalhadora. Mais que tudo ela é uma pessoa boa que gosta de fazer o bem; fez medicina porque queria melhorar a vida das pessoas, se mudou para o Vale do Ribeira (para os que não conhecem, o lugar onde crescemos e que é a região mais pobre do Estado de São Paulo) para salvar o povo dos males da pobreza; sempre quis fazer parte dos “Doutores da Alegria” e dizia que usaria um brinco de coador de café. Mas para mim não são só suas qualidades que a fazem merecer meu maior encanto (demonstrar suas qualidade poderia parecer ‘palavras de filho’) e sim a sua vontade e a sua destreza de querer sempre ser uma pessoa melhor.

É uma mulher de defeitos, eu mesma já reclamei muitas vezes; já fez trapalhadas na vida, fumou um monte, deixou de cuidar da saúde, trabalhou demais, passou pouco tempo em casa, se afastou dos amigos, deu seus tropeços  como todo ser humano. Porém há desde que me entendo por gente a vejo mudar, se re-inventar, tropeçar, levantar e ir em frente. Já passamos poucas e boas e ela sempre esteve lá tentando e lutando para que déssemos certo, para que a vida fosse feliz para mim, minha irmã, meus avós (pais dela e do meu pai e do meu padrasto e todo mundo!), os vizinhos, a família e todos que cruzem seu caminho.
É isso que faz mamãe ser tão encantadora ao meu ver: um dia ela decidiu que seria feliz e cá está determinada a cumprir a sua meta na vida. Nunca a ouvi reclamar que a vida é injusta, infeliz mesmo que já tenha visto-a bastante entristecida, chorar, sofrer.

Hoje, no dia dela, provavelmente não irá se esbaldar porque a vida anda cansativa por lá: cuidar de dois velhinhos e um irmão, todos super dependentes e ainda se virar nos trabalhos porque ainda não se aposentou não tem deixado muito tempo para esbanjos. Mas sei que ela irá ter algo bom para jantar, tomará sua cervejinha gelada e vai estar lá apreciando o seu dia como ela faz todos os anos.
Porque mamãe não está mais velha, está melhor.

Dessa filha orgulhosa e saudosista que mal pode esperar para chegar em casa.
ps> este post foi escrito em 5 de fevereiro, o dia dela :-)

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