sábado, 23 de fevereiro de 2013

Lar, meu doce e distante lar



Em momentos de incerteza, tenho gostado de passar meu tempo em casa, mais precisamente em meu sofá; dele posso observar quase todo o apartamento (que é bem pequenino). Daqui vejo minha estante recém organizada com a sessão de livros de arquitetura, de viagens, de economia, de culinária (esta, confesso, pouco representada dada a nossa preguiça em cozinhar rs) e de revistas todos permeados por lembranças de viagens.
Na minha estante está Eugênia, nossa ovelha vinda da viagem pelo sul, vestida de mexicana; nela há também meu onibuzinho colombiano, meu turbante libanês, uma baiana, lápis coloridos, um cordão de meditação, bonecas russas presenteadas pela Lena, um busto de Afrodite guarda a sessão de literatura geral. Fotos da França decoram a parede ao lado de um livro do Pequeno Príncipe. Mafalda me faz companhia.
Do sofá vejo também meu novo barzinho com as minha melhores relíquias e nossa parede  com os quadros dos pezinhos (eu e minha irmã colecionamos fotos de nossos pés em lugares por onde passamos); meu móbile de tsurus gira com o vento.
Ao escrever me dou conta que tudo o que me conforta neste apartamento são as lembranças de viagens, de pessoas do mundo, da sensação de liberdade dada pelos passarinhos girando no ar. Estranho perceber que, hoje, o lugar que chamo de lar aponta para todos os lugares menos para ele mesmo. Quem sabe seja mesmo hora de construir um novo lar, hora de me encontrar de novo. Este coração está de novo inquieto e pronto para novas aventuras.