quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Lar, dolce vitta!

Eu gosto de fazer aniversário. Sinto que o dia é só meu e tudo é especial pra mim.

E gosto de lembrar de tudo o que já passou e pensar no que será que está por vir.

No fim de semana fui para casa..e percebi que já me soa um pouco estranho dizer “casa” para o que na verdade hoje é...a casa da minha mãe. Desde julho não ia para Registro (passei uma noite lá só no feriado de setembro) e um sentimento que eu tenho já algum tempo agora parece cada vez maior: o de que aquele lugar já não é mais...a minha casa, o meu lugar.

O quarto, apesar das fotos no mural que contam um pouco da infância e principalmente dos tempos de colégio (meu Deus já faz 5 anos!), já não tem mais a minha cara: uma cama, o guarda roupa com coisas..da infância, do colégio, de ex-namorados, da dança, de coisas que já fazem parte do passado, um puff com tralhas das quais eu insisto em não me desfazer por achar que vou precisar em alguma festa à caráter ou evento do tipo. Já me parece o meu quarto na “casa dos meus pais”.

O meu canto aqui em São Paulo já me dá mais conforto que lá: minhas fotos, minhas lembranças da viagem recente, meus livros, minhas músicas, o Lenon, o Patric, minha estrela,minha mochila..e coisas supérfluas como a minha cama, meu guarda-roupa, esse sim com minhas novas “fantasias” de trabalho e roupas que eu realmente uso. Meu universo particular.

A cidade sem os amigos também já não me atrai muito, mas isso já faz algum tempo. Apesar de ser bom estar em casa, se deliciar com a comida da mãe..as coisas já não me parecem minhas. Dessa vez foi mais diferente que das outras.

Minha mãe me perguntou se eu não tenho mais saudades de lá. Respondi que tinha saudades dela..mas que de lá, talvez não mais. Sinto sim, saudade das pessoas, mas se pudesse, traria todas elas comigo. Não acho que é desdém nem arrogância, acho só que aquele lugar já não me diz muita coisa. Um dia ele mudou pra mim e....acho que...não volta mais; faz parte de coisas que eu fui, que ficarão ali, na estante, pra quem quiser lembrar às vezes, mas que eu não sou mais.

E cada aninho que passa eu acho que esse lugar tem mais a minha cara, ou talvez..eu tenha mais a cara dele. Tanto faz, a cada ano que passa...eu gosto mais que tudo mude, que tudo passe.

Um comentário:

Palpiteiros disse...

Sabe que essa sensação de não se sentir parte do lugar é muito forte quando se mora nessa distância toda que eu to morando?
Embora eu tenha uma "casa" e não more numa residência estudantil etc, é estranho não se sentir "em casa". Por enquanto o meu quarto na casa dos meus pais ainda é meu lugar, mas acho que isso se deve à proximidade entre a Cidade de São Paulo e a minha...
Gostei do POST, me fez pensar... Beijão