Há um tempo eu estava me sentindo inquieta. Eu sempre achei que segundos semestre de anos pares eram momentos de mudanças na minha vida. Hoje estava me perguntando qual seria a desse ano, afinal, sobram apenas 30 dias até que o ano acabe e acho que nada realmente mudou muito desde a última estremecida.
Saindo do jazz fui ao cinema ver Vicky Cristina Barcelona. Comprei minha pipoca e sentei sozinha no canto do cinema. É do tipo de filme que você imagina qual será a próxima cena mas que você quer ter certeza de que o autor não está só testando os seus julgamentos, os seus valores (o que eu sinto sempre com Almodovar). Woody Allen fez assim, o que eu imaginava, acontecia. Não que seja senso comum ou previsível, só que eu já me imaginei ou conhecia algumas daquelas nuances das personagens. Os artistas transtornados e precisando sair do caos interno, alguém passionalmente insatisfeito, uma mulher com medo de se apaixonar: todos eles me lembraram alguém.
Barcelona foi a escolha perfeita. A cidade inspira surpresas, aventuras, boemia, vida dinâmica, romantismo.
Confesso, passei o filme todo tentando me encontrar nas personagens centrais. A Vicky é centrada, calculista (no sentido de fazer planos, visualizar o futuro), racional. Cristina é inquieta, aventureira, passional. E eu finalmente,não cosegui me encontra em nenhuma, não totalmente.
A prudência não me deixaria entrar de cabeça em uma aventura na qual eu não visse o horizonte mas a minha alma inquieta também não deixaria viver ao lado de um homem pela segurança, não por paixão.
E no auge dos meus vinte e poucos anos...eu tenho de novo aquele sentimento que eu sei o que é...insatisfação? Ou será o gosto pela mudança?!Um dia eu descubro.
Um comentário:
Num é insatisfação não! Acho que este sentimento de inquietude, de querer mudanças é muuuito bom... faz vc rever sua vida, seus valores, seus caminhos sempre e conhecer coisas novas, estar aberta a novas experiências... e isso num significa ir desbravando o mundo igual louca né?? Como já discutimos, quanto mais velha de guerra, mais preparada e racional a gente fica né??
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